26 Jun

Um dia desses eu fiquei sabendo de algo que eu não sabia a respeito da Sra. Ouvi um trecho de uma conversa sua com um jornalista em que a Sra. dizia ter sido abusada sexualmente de alguma forma, em sua infância, por um religioso amigo do seu pai e dizia de que esse tipo de pessoa tenta criar sentimentos de culpa naquele ou naquela a quem violentou! De ser culpa sua tudo o que acontecera, de ser em razão da Sra ter provocado! E se a Sra já estivesse em idade fértil e ele a tivesse engravidado o que a Sra faria?

Sendo a Sra. mulher, dona do seu útero e do óvulo que nele estaria alojado, a Sra sabendo estar grávida levaria adiante a gravidez?

Sendo seu o organismo, o óvulo, e estando o óvulo fecundado por ter nele se alojado um  espermatozoide desse homem que abusava da Sra, a Sra. levaria adiante a gestação por que?

Por algum compromisso com a finalidade da existência dele, com o direito sagrado de todo espermatozoide de penetrar em um óvulo e dar origem a um novo ser se ligando a uma outra parte, presente em seu óvulo, assim, digamos, ligando a alma dele a sua?

Por ser um processo biológico em que um novo ser, uma nova vida se cria, que interrompido provocaria a morte do que teria se formado? Algum compromisso com esse processo biológico?

Mas  a Sra não acha que sendo um processo biológico, que dá origem na uma nova vida, e que ocorrendo no seu corpo, precisa de sua aprovação para acontecer? E que hajam requisitos básicos, e que além de que seja algo que a Sra. queira seja algo que ao acontecer não lhe seja humilhante, ofensivo, ou que nisso não se crie algo como um inferno na sua vida? A vida não é uma entidade abstrata, está em cada um de nós, em nome do que , a Sra estaria alimentando com o seu sangue, durante 9 meses, esse óvulo, ao que a Sra estaria atrelando toda  a sua futura existência, o que realmente estaria se desenvolvendo dentro do seu útero?

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