Certas coisas são veneno e não se deve querer tê-las como alimento para o corpo ou para a alma!
E certas coisas não são veneno, pelo contrário, são alimento para a alma!
Se se pudesse colocar certas coisas dentro de uma ampola, dentro de ampolas, para cada pessoa, de dentro da ampola, com uma seringa, tirar o seu conteúdo e injetar em sua veia para o seu sangue levar para todas as suas células, para o interior de todas as células do seu organismo, de todos os neurônios, esse conteúdo, o que para a alma é alimento, o afeto, alimento e remédio, que bom seria!
Certas coisas, contidas em pequenos gestos!
Uma vez, em um acidente com um ônibus, um em que eu estava, bati com a minha cara no banco da frente e um dos meus supercílios se cortou, sangrou, desci do ônibus e um motorista de taxi me levou até o pronto-socorro! A muitos anos atrás! Muitos anos antes de muitos de vocês terem nascido! E eu me lembro da moça que fez o curativo no meu rosto, seis pontos! Não do rosto, mas das mãos! De algo agradável, de algo melhor que o mertiolate, de remédio mesmo, para alma! Mãos de alguém que cura! De alguma forma, os seus dedos ao fazerem o curativo transmitiam um sentimento bom, de afeto! Não é algo que se deva emporcalhar, pelo contrário!
E vocês?
Se houvessem duas ampolas, uma com ódio e outra com afeto, qual delas vocês iriam querer injetada no seu sangue?
Vocês saberiam distinguir uma da outra?
E vocês, tendo em si, da mesma forma, duas ampolas, uma cheia de ódio e outra cheia de afeto, qual delas vocês pensariam em injetar no seu semelhante?
A de afeto para quem mereça afeto e a de ódio para quem mereça ódio?
Ou a de ódio, pelo prazer de odiar,, para quem não mereça mas a quem vocês não temam, por sua fraqueza e por sua falta de inteligência?