O que seria eu do seu Deoclécio?
Um infinitésimo, que se criou em seu corpo a talvez 10 bilhões de anos atrás. E para o qual ele deu a capacidade de ver e sentir, ouvir e falar, deu a capacidade de expressar ideias e sentimentos em forma de códigos sonoros. Não propriamente o infinitésimo mas o que está dentro dele! Alguma coisa que está dentro de um infinitésimo e que através do que, a luz e o calor se transformam em ideias e sentimentos e em movimento e no que cada um de nós sente e pensa e que se transforma em vida!
Olho para o Sol e penso. O que há nesse universo todo que me é visível além de prótons, nêutrons e elétrons, de infinitésimos emitindo para o espaço infinito a luz e o calor, a energia que está dentro de si? E que contém, cada um deles, o que em cada um de nós se transforma em nós?
E comparo a quantidade de energia que em mim se transforma em mim, na minha breve e fugaz existência com a energia emitida pelo Sol para o espaço infinito a cada instante. E durante bilhões de anos. E são centenas de bilhões de estrelas na nossa galáxia a fazer o mesmo que o nosso Sol. E são bilhões de galáxias nesse espaço que os meus, os nossos olhos alcançam!
De quem será essa energia toda? Para quem, para que espécie de ser, eterno e infinito, essa energia toda não seria o que para mim é alimento? Algo que ao se desfazer faria com que morresse! Em que espécie de ser se geraria um átomo? Um próton, um nêutron, um elétron? Com dentro de si o que em cada um de nós é o que vivo está? Todos os infinitésimos dos quais a Terra é feita, e todos os outros planetas, e o Sol, e todas as outras estrelas da nossa galáxia e todas as outras galáxias?
A origem da vida é a meu ver a mesma origem do átomo!
E nós, ou a vida, o que nós concebemos como vida, depende, assim como um feto, de um outro organismo lhe fornecendo alimento, energia, para viver, e ao qual está ligado por um cordão umbilical.Também dependemos do ser do qual nos originamos, da sua energia, para que a vida seja mantida, preservada e de alguma forma estamos ligados a esse ser por alguma espécie de cordão umbilical não visível.