A administração do país não poderia ser tratada como algo sério?
Aqui, no Estado em que eu vivo, o que o Estado tinha como seu governo a mais de vinte anos atrás, fez um empréstimo junto ao governo federal de um valor que corrigido pela inflação teria hoje um valor de uns 30 bilhões de reais. Desse valor o governo estadual já devolveu 25 bilhões e o governo federal exige que além dos 5 bilhões que ainda faltam o governo estadual lhe dê como lucro do que emprestou mais uns 50 bilhões de reais. Eu acho uma coisa dessas algo completamente absurdo, um contrassenso, algo que é contrário à finalidade da criação e da existência de um governo central. O governo central tem como seu capital dinheiro de impostos e taxas de pessoas físicas e jurídicas de cada Estado. Ou seja, como se a população de cada Estado tivesse uma conta em seu nome no Banco Central. E o governo central tem como finalidade administrar esse dinheiro. Pagar com esse dinheiro serviços de saúde, educação e segurança sob sua responsabilidade além de construir obras, realizar projetos de forma que o pais se desenvolva de uma forma harmônica, para que se realize o desenvolvimento de todos os Estados. Não é admissível ou não deveria ser, que queira, sobre um dinheiro emprestado, que é retirado da conta do próprio Estado, do próprio dinheiro do Estado, que queira além do dinheiro devolvido com correção monetária, o dobro desse valor como um lucro seu, um lucro de capital sobre capital e ainda sabendo que é algo impossível de ser feito sem inviabilizar por completo a administração do Estado cujo governo lhe pediu um dinheiro emprestado. A intenção da criação de um governo central não tem como finalidade a obtenção de ganho de capital, de formação de capital, sobre empréstimo de um dinheiro que é da conta do próprio Estado, sobre um dinheiro que é de cada Estado. O lucro que um governo central deve buscar é o que traz como benefício para a população de cada Estado, para a administração de cada Estado e lucro de capital se chegar a ter deve ser consequência de aumento da riqueza produzida ou obtida da melhoria das condições de vida de toda a população traduzida em aumento de arrecadação de impostos, não por aumento de taxas mas por aumento da riqueza de cada um.
E aqui, no Estado em que eu moro, a administração anterior se desfez do que se constituiria, ou deveria ser, ou do que foi criado em governos anteriores para ser instrumentos para um governo. Deixaram de existir a Fundação de Economia e Estatística, a Fundação Zoo Botânica entre outras devido a escassez de recursos, do dinheiro dos impostos não ser suficiente para mantê-las. Se pensou, também, houve a intenção de vender a CEEE, ou seja a companhia estadual de energia elétrica, mas sem sucesso. Ou o que sobrou dela pois já havia sido fatiada e partes suas vendidas, entregues a iniciativa privada. O que voltou a ser intenção no governo atual. O motivo alegado é de ser a empresa deficitária, ou seja, não trazer nenhum lucro para o governo, pelo contrário. O prejuízo que a cada ano vem se repetindo no balancete anual, do cálculo do que é devido e do que foi arrecadado. A meu ver, esse déficit anual que se repete se deve à uma dívida de algo em torno de 1 bilhão de reais para um conjunto de funcionários que moveram uma ação trabalhista contra a empresa e tiveram ganho de causa. Algo que não é um prejuízo operacional, que faz com que ,apesar da empresa em si ser lucrativa, no cálculo anual do que é devido e do que é arrecadado, esse valor devido a funcionários em razão de uma ação trabalhista contra a empresa aparecer como prejuízo da empresa. Se pretende, novamente, vender a empresa. Se for vendida e do seu valor de mercado calculado descontado o valor da dívida trabalhista, aquele que a comprar terá uma empresa lucrativa e a primeira coisa que seria feita, talvez, para aumentar a lucratividade, seria exigir pagamento, tornar obrigatório o pagamento da conta de trabalho elétrico em todas as vilas populares, onde hoje em dia eu acho, a maior parte da energia consumida não é obrigatoriamente paga, não é cobrada. E os novos donos, se forem chineses, vão ter, além do lucro em uma empresa lucrativa um mercado para material elétrico produzido na China, lucro para indústrias chinesas e trabalho, emprego para o trabalhador chinês. Por que uma empresa qualquer sendo administrada por políticos não traria lucro e passando para a administração privada se tornaria lucrativa? Há uns 15 ou 20 anos atrás, eu não me lembro ao certo, aquele que era o governador do Estado colocou como diretor dessa empresa a que me referi um sujeito que era responsável pelo serviço de Telex, pela compra de passagens aéreas e ingressos para jogos de futebol de um dono de fábrica de calçados, por volta dos anos 90 do século passado. Ou seja, o que acontece é uma ação entre amigos em que cargos na administração de algo sob responsabilidade daquele que é eleito são distribuídos entre aqueles que de uma forma ou de outra o ajudaram a chegar onde queria, ou com aqueles que fazem parte de um grupo determinado de pessoas que se organiza e é chamado de partido e geralmente, na minha opinião, para o exercício do "quanto que eu levo nisso" e da "porcentagem" nisso e naquilo além do salário que é pago por aqueles que trabalham e que lhes é pago em troca de nada e havendo ainda para cada um deles, o direito a ter todo um séquito. E o que é chamado de política e de boa política é exatamente a intermediação da riqueza existente na forma de impostos sob sua administração e da riqueza existente no Estado sob sua guarda com os grupos econômicos interessados. O que as pessoas querem ter, esperam ter e votam esperando passar a ter, não chega a se realizar: pessoas administrando um Estado, estabelecendo critérios, planejando, solucionando problemas existentes, para se ter uma vida melhor. Mas todo um grupo de pessoas ocupadas em resolver seus próprios problemas econômicos, cuidando dos próprios interesses, através do que os cargos que passam a ocupar tornam possível. O governo central não poderia ceder ´para o governo estadual o dinheiro necessário para saldar a dívida criada pela ação trabalhista movida por empregados dessa empresa, manter a empresa sob sua administração? Afinal, haveriam benefícios econômicos e sociais: um consumidor para material elétrico produzido no país e um fornecedor de força-eletron-motriz para as vilas populares, pobres, gratuita.
Como se realiza a administração do país?
Na administração atual se estabeleceu como plano para resolver problemas de um orçamento deficitário o deixar de pagar para empregados por aqueles que os têm, parte, metade da contribuição previdenciária paga pelos empregados para o governo central. O problema orçamentário estaria na despesa com a Previdência Social, no gasto em pagamento de aposentadorias e pensões, e a solução, havendo um déficit de 100 bilhões, seria diminuir a arrecadação previdenciária em 100 bilhões e diminuir o gasto em pagamentos de aposentadorias e pensões em também 100 bilhões. Ou seja, manter o déficit, deixar de destinar 100 bilhões de reais para os pobres e miseráveis e fazer com que aqueles que já são ricos e muito ricos tenham a cada ano, distribuídos entre eles, 100 bilhões de reais. Ou seja, a solução para o problema orçamentário estaria em fazer dos pobres e miseráveis pessoas ainda mais pobre e miseráveis e dos ricos pessoas ainda mais ricas fazendo dos pobres pessoas ainda mais pobres.
Por que a administração de um país não pode ser encarada como algo sério, algo em que aqueles que pagam os salários possam exigir eficiência, resultados? Por que isso daí que aí está, algo disponibilizado para os espertos desonestos do país encherem os bolsos através do que de ilicitude se torna possível obter do dinheiro daqueles que trabalham e com seu trabalho geram o dinheiro com o qual todos são pagos, por que, para aqueles que poderiam mudar as coisas é o que lhes é conveniente, é o que de melhor poderiam ter?