Antes da noite...
Uma formiguinha estava de guarda na entrada do formigueiro!
Tinha um ar sério, grave, algo que me pareceu tão familiar, tão humano!
A morte iminente do formigueiro! O fim de tudo!
Mas estava ali ! De guarda!
Eu havia isca fungicida ´para levarem para dentro do seu formigueiro no dia anterior!
Quando se nasce, a morte, que um dia chega, parece algo tão distante no tempo, como algo que nunca vai chegar!
Mas um dia e dia após dia, chega o dia e chega a hora em que se deixa de existir! Da mesma forma que um dia os olhos se abriram e se deram conta de estarem vivos sem antes estarem , se fecham e deixam de existir!
E da mesma parece, que hoje nos parece tão distante no tempo, como algo que nunca chegará, dia após dia, chegará o dia, da morte do Sol, da Terra, o fim da energia contida em cada próton, em cada nêutron e em cada elétron, do que em nós se transforma em nós! A energia! A luz e o calor!
E nesse dia, da mesma forma, que a formiguinha, na entrada do seu formigueiro, estaremos nós!
O mesmo ar sério, grave, encarando , esperando a morte, o fim de tudo, da própria vida e de toda a vida neste planeta!