14 Aug

Antes da noite...

Uma formiguinha estava de guarda na entrada do formigueiro!

Tinha um ar sério, grave, algo que me pareceu tão familiar, tão humano!

A morte iminente do formigueiro! O fim de tudo! 

Mas estava ali ! De guarda!

Eu havia isca fungicida ´para levarem para dentro do seu formigueiro no dia anterior!

Quando se nasce, a morte, que um dia chega,  parece algo tão distante no tempo, como algo que nunca vai chegar! 

Mas um dia e  dia após dia, chega o dia e chega a hora em que se deixa de existir! Da mesma forma que um dia os olhos se abriram e se deram conta de estarem vivos sem antes estarem , se fecham e deixam de existir!

E da mesma parece, que hoje nos parece tão distante no tempo, como algo que nunca chegará, dia após dia, chegará o dia, da morte do Sol, da Terra, o fim da energia contida em cada próton, em cada nêutron e em cada elétron, do que em nós se transforma em nós! A energia! A luz e o calor!

E nesse dia, da mesma forma, que a formiguinha, na entrada do seu formigueiro, estaremos nós! 

O mesmo ar sério, grave, encarando , esperando a morte, o fim de tudo, da própria vida e de toda a vida neste planeta!

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